Sunday, August 15, 2010

GISELE BUNDCHEN: MALDITA SEJA ENTRE AS MULHERES

Gisele Bundchen, profissão, modelo, disse, em entrevista à Harper's Bazaar inglesa, que deveria haver uma lei mundial que obrigasse as mães a amamentar.
Só podemos repudiar tal declaração, feita por pessoa que se vale de sua celebridade, para alardear proposta que despreza os direitos fundamentais da mulher.
Gisele Bundchen faz questão de representar o papel de "boa moça" para a opinião pública, defensora de causas ecológicas, que ama crianças, pratica meditação, yoga e tem uma família de conto-de-fadas. Apresenta-se, portanto, como a mulher dos sonhos dos machistas: famosa apenas por ser bonita (?), que coloca os filhos e seu homem acima de tudo. Faz parte do seu show, que lhe rende milhões.
Sua declaração - pela obrigatoriedade do aleitamento materno - lamentavelmente, além da notoriedade que lhe está rendendo, talvez lhe renda novos milhões em contratos.
Mais do que absolutamente infeliz, a idéia de que a amamentação no seio deveria ser obrigação prevista em lei é de um atroz desrespeito à própria condição humana da mulher. Porque a espécie humana tem um atributo que a difere de todas as demais: RAZÃO. Pensamento. Vontade. Capacidade de escolha. Liberdade, quer dizer, poder de agir segundo sua vontade e escolha. Foi a razão que nos trouxe a civilização, e esta, a agricultura, a indústria, a ciência, a arte, a filosofia, que não é vã como a vaidade, profissão de fé das modelos.
Como membros da raça humana, as mulheres têm o direito de serem tão livres quanto os homens. Em todos os aspectos: físicos, morais, intelectuais, espirituais. Tão virtuosas quanto os homens, mas tão falhas quanto eles também. Em síntese: tão humanas. Mas a mulher é idealizada e permite que a idealizem, quer como santa, quer como pecadora. E não se dá conta de que a Revolução Francesa aconteceu há mais de duzentos anos, nem de que a maioria dos Estados democráticos ocidentais é laica, como o Brasil. Sendo assim, a moral religiosa não deveria reger nem a lei, nem a sociedade.
No ano de 1988, em 5 de outubro, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, sob o mesmo signo de Libra do Doutor Ulisses, que a proclamou "Constituição Cidadã": justa, não deixou pedra sobre pedra, nem a menor dúvida de que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Assim, não se pode exigir que a mulher faça o que o homem não pode fazer. E ponto final.
Ah, mas a natureza deu seios às mulheres! Ah, mas o leite materno é o alimento "perfeito"! Ainda que o seja (eu duvido, muitas e muitos duvidam), há outros. Ninguém exige perfeição de nenhum outro ser humano, em nenhuma outra relação. Por que a perfeição é exigida da mãe, segundo o paradigma abnegado, sacrificial e ditatorial de maternidade que nos constrange?
Porque a mulher, bem o observou John Lennon, é o negro do mundo.
Frau Bundchen, apesar de ser mulher, é loira de raça ariana, que lhe importam os negros do mundo, as demais mulheres?
Lei internacional tornando a amamentação obrigatória: "Doutora" Gisele Caroline Bundchen, no salto alto de seu machismo e pretensão, quer, na verdade, um tratado internacional pelo qual os Estados-partes se obriguem a adotar, em suas leis internas, normas que constranjam as mulheres a amamentar no seio. Mas tal tratado não poderá contar com a adesão dos Estados-partes na Convenção de Nova Iorque, de 1979 - Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher . Todavia, "Doutora" Gisele, que não sabe desses detalhes, não está nem um pouco preocupada com eles. Seu objetivo era aparecer, e conseguiu. Aconteceu e virou manchete, com sua declaração desastrosa, que respeito algum merece.
Infelizmente, a mídia dá espaço para esse tipo de mulher, verdadeira embaixatriz do machismo. O que Gisele Bundchen vende? Um padrão de beleza irreal, que nem beleza é: esquálido e famélico. Vaidade. Consumismo. Mais nada. A
E é esse tipo de mulher que as revistas ditas femininas celebram, com reportagens que são de puro mau gosto. A Revista "Cláudia" de maio deste ano, por exemplo, intitulou sua matéria com a referida modelo de "Bendita entre as Mulheres". Não sei quem  teve a idéia de chamar Gisele de "bendita entre as mulheres", equiparando-a - pasmem - à Nossa Senhora! Uma profissional da vaidade - um dos sete pecados, segundo a Igreja Católica - equiparada à Nossa Senhora!
É a velha história da idealização da mulher: ou santa ou pecadora. Por posar de boa moça e boa mãe, Gisele virou santa!
O que fazer com Frau Gisele Bundchen? BOICOTE, para que contratá-la seja um péssimo negócio.
Não compraremos NENHUM produto de NENHUMA empresa que a tenha contratado como garota-propaganda.
Segue uma lista, da qual me lembro:
Produtos da marca NÍVEA; shampoos PANTENE; moda COLCCI; TV por assinatura SKY. Lembrem-se de outros produtos, mandem-me os nomes.
Além disso, vamos escrever ao PNUMA, orgão da ONU do qual Frau Bundchen é "embaixadora", e peçamos sua "exoneração" do cargo, que ela não merece:

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