Sunday, March 05, 2017

Triste Berçário

Juiz de execuções penais no AM constatou, quando da grande rebelião em janeiro: superlotacao  carcerária é o maior problema nas prisões.    Por que o número de vagas nunca chega no Brasil? Porque este país é um berçário de marginais. As favelas sobretudo. 4,5 filhos por mulher. E defender controle da natalidade dos pobres é heresia. Pois EU DEFENDO. Porque este país é um berçário de marginais. As favelas sobretudo. 4,5 filhos por mulher.

Pode-se promover o planejamento familiar  respeitando a decisão livre da pessoa, desde que capaz. O Estado e a sociedade devem facilitar e incentivar os pobres a terem poucos filhos. Ao contrário do que acontece hoje, eles estão abandonados ao estado de natureza, a lei do planejamento familiar - Lei 9263/96 -impõe obstáculos, o governo dificulta ao máximo, a direita religiosa e a esquerda vociferam contra isso.

Incentivar e facilitar a diminuição do número de filhos de miseráveis é promover vida digna e planejada para as mulheres e as crianças O laissez faire, situação atual, só tem promovido o aumento da pobreza e da marginalidade.  Como um casal favelado, ou que mora nas ruas, cria filhos? Uma mãe moradora de rua cria filhos?  Mal!  Sem saneamento básico, exposto ao crime, por mais éticos e trabalhadores que sejam os pais. Mas e se for uma mulher sozinha com duas crianças, com baixa qualificação, sem emprego certo?  Ah, ela precisa de creche!  Tá. A creche, se houver, tem horários.  O trabalho que ela tiver, se e quando tiver, não vai tirá-la daquele lugar medonho, ainda mais tendo crianças.  Nenhum orçamento público jamais fará frente às necessidades de uma população necessitada cada vez maior.  Saude, educação e segurança públicas custam muito dinheiro.

A pobreza segrega. O aumento da pobreza segrega mais ainda.  Miserável, favelado, morador de rua e marginal tem que ser orientados a não ter filhos e não ter mais do que já têm.  Com todo o apoio material e científico.  Orientar não é coagir nem forçar.  Como eu disse, defender esse ponto-de-vista, no Brasil, é opor-se a um posicionamento político tido como inquestionável.

Por fim, pense numa criança.  Num recém-nascido de 10 dias.  Ele é tão pequenino e belo.  Tão delicado.  Esse ser enternece seu coração?  Agora pense que esse ser tão pequenino só tem as fraldas com que saiu do hospital, e um trapo que já limpou o chão ele vai usar.  À noite, seu sono infantil será arrebentado por tiros de fuzil.  O barraco não tem saneamento básico, o que o expõe a infecção intestinal precoce.  Ele crescerá vendo sua mãe apanhar do seu pai, ou de outro que o substitua. Ele também vai apanhar bastante e não se alimentará todos os dias.
Ou esse pequenino de mãos diminutas e olhinhos fechados sairá do hospital para morar na rua.  A rua não deveria ser moradia de ninguém, muito menos de criancinhas!  

Pense nisso.  Pense e pergunte-se:  em nome de que você defende o "direito" de moradores de rua jogarem  recém-nascidos na rua?  Porque é isso que acontece. 

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